E para isso, a curiosidade intrínseca do indivíduo o leva a duvidar, a formular hipóteses, a confirmar ou não suas certezas, tomando consciência de si próprio e do seu objeto de estudo. E que em geral, a pesquisa vai surgir a partir de questionamentos, inquietações e dúvidas a respeito de alguns temas e respaldos para pensamentos e afirmações.
Com o surgimento da internet, a pesquisa parece ter seguido outros caminhos e ter perdido o seu verdadeiro significado. Uma grande falácia é que para uma parte dos estudantes, pesquisar tem o significado de transcrição de conteúdos e informações. Mas, verdade é que o trabalho com pesquisa requer um conjunto de atividades orientadas pelo professor, com o objetivo de buscar, descobrir e criar um determinado conhecimento acerca de um objeto de estudo.
Nesse contexto penso que a pesquisa pode ser entendida como um conjunto de ações e propostas para encontrar a solução de um problema, quando não temos informações suficientes e capazes para solucioná-los. Podemos assim dizer que a pesquisa como eixo da formação docente, não é um ato isolado, descontínuo, mas uma atitude de investigação diante do desconhecido e dos limites que nos são impostos por diversos fatores. Mas, que faz parte do processo de informação, como instrumento essencial para a emancipação de todo profissional da educação.
Pensando assim, vejo que a formação docente do professor, atrelada a pesquisa como seu eixo centra, primeiramente, deve leva em conta o fato de que o ato de ensinar é uma prática que supõe preparo específico, aliado ao compromisso político, ético, pedagógico, e social. A pesquisa como um elemento ímpar na construção do conhecimento, precisa ser entendida como criação de possibilidades para que o sujeito chegue às fontes de conhecimento que estão à sua disposição.
Podemos notar que o texto ainda nos mostra uma discussão dicotômica entre o que se vive nas escolas e o que se pensa nas universidades. E essa mesma idéia parece ser defendida pela comunidade científica, por alguns pensarem ser ela o lugar de análises, produção de conhecimento e construção de pesquisa. E cabendo à escola receber o trabalho concluído para ser aplicado na escola.
Para muitos professores que todos os dias estão nas salas de aula, é seu desejo participar da construção das mudanças que vêem sendo implantadas nas escolas. O fato é que a não participação e contribuição destes compromissados educadores na elaboração dos projetos e pesquisas que acontecem fora das salas, é que tendem motivá-los a um fechamento intrínseco e uma possível resistência diante das propostas que são apresentadas a estes educadores remanescentes, pelas referidas celebridades acadêmicas.
Ressalto então como essência que os professores excluídos das decisões “palacianas” da educação, estejam em busca constante de uma neo significabilidade dos seus conhecimentos teóricos e práticos adquiridos, para que sejam oferecidos aos seus alunos cotidianamente, numa ação reflexão da sua prática emancipadora.
Fazendo-se protagonista do seu papel de ser professor, ressignificando o seu compromisso de professor pesquisador, atualizando, aprimorando e contextualizando informações precisas, para que seus alunos mergulhem em busca de conhecimentos mais profundos e cresça em todas as suas dimensões humanas.
Em suma, acredito que ninguém pode se tornar um professor pesquisador sem compreender a dimensão e os limites da pesquisa em educação. E que é de fundamental importância que o professor seja um eterno pesquisador, visto que, o caminho para a eficaz formação docente se constrói caminhando, e o alicerce da caminhada está na prática pedagógica com base na ação–reflexão–ação de cada educador.